"Persistência, resiliência e qualidade", os segredos da cultura

VEJA O VÍDEO. A subdiretora do DN juntou um autor, uma bailarina e um ator que se tornaram editor, diretora e encenador
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Luísa Taveira, bailarina e atual diretora da Companhia Nacional de Bailado, diz que não tem fórmulas para encher o Teatro Camões. "Não acredito nos estudos de público", afirma. Prefere falar em "persistência, resiliência e oferecer um produto de qualidade". Palavras sobre cultura numa tertúlia moderada pela subdiretora do Diário de Notícias Ana Sousa Dias, no Pavilhão de Portugal, onde está patente a exposição Da Alma de Portugal, que assinala os 150 anos do jornal.

Gonçalo Waddington e João Paulo Cotrim juntaram-se ao painel. Em comum, o facto de os três terem sido criadores e terem, ao longo do tempo, assumido funções do outro lado. Waddington é ator mas também encenador e dramaturgo. Cotrim escreveu livros, hoje edita-os na Abysmo. "Tudo começou quando quis editar um folhetim que tinha feito com o António Cabrita para o DN, O Branco das Sombras Chinesas". Queriam passar o trabalho a livro e tomaram o assunto nas próprias mãos.

Diz-se uma "vocação tardia" no seu novo papel. Demorou 30 anos a ser o que é hoje. Chama-se mais vezes de produtor do que de editor. A missão? "Saber quando é preciso dar colo, palmada ou dinheiro." Foi jornalista e esteve ligado à Bedeteca de Lisboa. "Guardo com orgulho um contrato em que era assessor para a banda desenhada numa câmara."

Cruza-se profissionalmente com Gonçalo Waddington na edição de Albertine, o Continente Celeste, texto da peça com o mesmo nome (a partir do Em Busca do Tempo Perdido) que o ator também encenou. O livro faz parte da coleção Palco e é uma parceria com o São Luiz, registo das peças que passam por este palco de Lisboa.

Capitão Falcão nas salas de cinema, protagonista de séries de humor na televisão e ator de teatro reconhecido, Waddington junta-se a Luísa Taveira na questão dos públicos. Tão-pouco entende como uma consultora pode dar respostas. "A diferença é a qualidade que o teatro apresenta." E, admite, "aquilo cheio [uma sala] faz muita diferença".

Traz para o debate a questão das redes sociais e de como também no teatro elas estão a fazer a diferença. "O público pode seguir uma companhia, um autor, é quase um marketing direto", considera. E, assegura, há público novo nas salas.

"É relativamente mais simples ser só artista", defende Luísa Taveira. Quando pendurou as sapatilhas de ballet, começou a dar aulas no Conservatório. "A pessoa vai-se preparando", diz, sobre passar ao outro lado da criação. "Sinto-me entusiasmada com o sucesso dos artistas.

Redes Sociais e Informação é o tema da segunda de quatro tertúlias. Tem lugar hoje, às 17.00, no pátio interior do Pavilhão de Portugal, o edifício desenhado por Siza Vieira para a Expo"98. Nuno Saraiva, subdiretor do DN, modera um debate que reúne a jornalista do DN Fernanda Câncio, Rodrigo Moita de Deus da agência de comunicação NextPower e o jornalista Jacinto Godinho, professor de Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa.

Reportagem é o tema do debate que terá lugar no dia 20 deste mês, com os repórteres Ricardo J. Rodrigues, da Notícias Magazine, Cândida Pinto, da SIC, e Paulo Moura, do Público. A moderação é de Mónica Bello, diretora adjunta do DN.

A conferência sobre o DN Jovem fecha este ciclo. Catarina Carvalho modera a conversa com Manuel Dias, editor deste caderno do DN, o escritor José Luís Peixoto, o crítico literário Pedro Mexia. Ambos escreveram no DN Jovem.

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